Tuesday, July 31, 2007

O Mundo de Gabriel

Prometeram ao meu sobrinho um planeta superaquecido, mas a calça jeans gelada que eu temia vestir hoje de manhã me diz exatamente o contrário.

Titio-shidoshi também se aventura em algumas previsões e de acordo com sua mente pervertida, num futuro não muito distante, a derradeira revolução sexual prevê que a troca de fluidos corporais entre seres humanos não vai mais passar por grandes negociações emocionais e vai mesmo é acabar virando um esporte individual-em duplas-e-em equipe.

O lance vai ser testar limites e não vai mais ter isso de conversar, perguntar o nome ou trocar telefone.

Ele baba de inveja das facilidades de que, segundo ele, o moleque vai gozar.

Já eu, às vezes eu acho que o futuro já chegou e me ressinto muito de não ter recebido algumas valiosas lições na idade certa.

Dizem por aí...

Eu não li nem vi O Segredo.

E nem preciso mais depois que eu ouvi essa mulé no programa da Marília Gabriela.

Em síntese, o segredo funciona com base nas leis da atração.

Se você consegue convencer a si próprio de que algo vai acontecer , isso faz com que moléculas do seu pensamento ajam no mundo material de maneira que as coisas que você deseja venham para você.

Tá vendo? Você também não precisa mais ler.

Já comprovei alguns preceitos d'O Segredo.

Sempre que eu passo diante da Arezzo e me sinto irresistivelmente atraída pela nova coleção, é questão de segundos entre olhar para a vitrine e empunhar a sacola.

Mas se é alguma coisa que não depende muito de mim- como o telefonema daquele homem diliça que eu conheci no Museu - ele não liga por mais que eu repita com convicção: "Ele é meu! Ele é meu!"

E eu ainda corro o risco de reativar um inconveniente transtorno obssessivo-compulsivo: o mau hábito de checar o celular de três em três segundos...porque EU ACREDITO!

Monday, July 30, 2007

Menu desconfiança



Será que foi muita ingenuidade minha acreditar num rodízio japonês a vinte pratas?



Se eu fosse indie...

eu seria muito fã dessa big band:

Sunday, July 29, 2007

Quem quer pão?

Para os do Rio, a curtíssima temporada do espetáculo Mangiare na Fundição Progresso é uma ótima opção para quem odeia passar frio mas também não quer ficar em casa.

O Grupo Pedras trouxe ao aconchegante Espaço Teatro de Anônimo uma divertidíssima sucessão de esquetes sobre apetite e culinária que oferecem ao espectador, de quebra, uma refeição completa contando de entrada, prato principal e sobremesa.

Apenas até 18 de agosto.
Às sextas-feiras um quilo de alimento não-perecívél garante meia-entrada.

Eu sempre detestei montagens que prevêem muita interação com o público, mas essa, confesso, achei uma delícia!

Na seqüência, também é uma boa conferir a recém-inaugurada Chopperia Parada da Lapa, que tenta, ali no "rabinho" da própria Fundição, fugir um pouco da tendência-tijolinhos que domina o bairro.

O bar é bonito, bem-decorado e espaçoso na medida certa para a torcida enlouquecida que gritava diante do telão durante a semi-final do vôlei masculino.

O poético menu também tem tudo para se adequar tanto às saideiras quanto às entradeiras dos shows que rolam por ali.

Estritamente off-calçada, mas suficientemente escurinho.

Porque saco encalhado não pára em pé.

Soy loco por ti, America!

Ah, o PAN também vai deixar saudades.

Principalmente as músicas que animavam os intervalos e as trocas de campo.

Com vocês, as melhores do Maracanãzinho:

1. Whisky à go-go (Remix) - Roupa Nova

2. A Namorada - Carlinhos Brown

3. Anna Julia - Los Hermanos

4. Copo de Vinho - MC Robinho da Prata

5- Lourinha Bombril - Paralamas do Sucesso

Medalha de ouro para o DJ ou para quem quer que tenha aditivado os drinks dele.

Beijosmeprocessemsemprequequiseremmesintobemmelhoragoraqueconfessei!

Adeus às armas!

-
Além do frio que me congela a alma, preciso lidar, neste fim de domingo com a dura realidade da volta ao trabalho.

Acabou a boemia diária e a liberdade para aceitar sem culpa um convite qualquer de uma pessoa qualquer para fazer qualquer coisa em qualquer hora de qualquer dia da semana.

É mais ou menos a vida para a qual eu nasci.

Pena que para bancá-la eu precise trabalhar tanto.

Thursday, July 26, 2007

Torcida, dá um refresco!

Todo mundo sabe o quanto eu venho gongando o PAN desde antes dele começar.

Mas depois que a coisa toda foi dando liga a minha verve esportivo-patriota-de-ocasião foi se manifestando aos pouquinhos até que ontem, no bar, eu soltei a clássica conjugação em primeira pessoa do plural: "estamos fazendo bonito!"

Me confesso uma encantada pela garra e pela superação dessa gente esforçada que inventa de ser atleta.

E é justamente porque eu enxergo mais o indivíduo do que o esportista que eu morro de pena dos competidores estrangeiros quando a arquibancada manda aquela vaia sonora.

Me partem o coração as histórias que o meu irmão, lotado na Vila Panamericana, conta dos cubanos deslumbrados com o café-da-manhã brasileiro que treinam e jogam com o mesmo uniforme e que, além disso, assim que terminam uma competição, correm para vender os equipamentos ou trocá-los por guloseimas, brinquedos ou calçados.

Eu sei que é muito difícil se conter num estádio, mas pensem que enquanto o Diego Hipólito - meu atleta favorito de longe, que fique claro - vira garoto propaganda de um banco e ganha cacife para pegar qualquer bofe responsa que lhe cruze o caminho, tem gente para quem o ouro não representa nenhuma mudança de vida muito significativa além, talvez, de umas rações extra de comida.

Tuesday, July 24, 2007

Será que convence?

1) Joana de prostituta. Vejam a foto. É só uma fulana frisar o cabelo que já fica com cara de profissional, né?

2) Gianechinni pagando de corno. Não! Nem pro Fábio Assunção. Absurdo, surreal. Ah, os adjetivos também se aplicam a Eça de Queirós transposto para os anos cinqüenta.

3) Lindsay Lohan versão rehab. OK, podem estender a faixinha "Eu já sabia!"

4) A tocha do PAN. A pira da Rosa Magalhães não tava preparada para essa friaca.

5) Papo de palhaço: "Um dia a gente ainda vai sentar pra conversar e eu vou te explicar uma porção de coisas. Você vai me dar razão."

Monday, July 23, 2007

Setting things straight

- Fim-de-semana de festa é sempre assim, cheio de reflexões e novidades.

Principalmente se for durante o recesso.

Por isso eu fico tantos dias sem escrever e acabo , quando encontro tempo, exagerando um pouco na dose.

Mas é igual conversa de bar, né? É só medo de esquecer o que eu ia falar, como tantas vezes aconteceu.

Principalmente nos casos de reprodução descarada de falas alheias.

De resto, aproveito o ensejo para relembrar quem gosta de gongar o Giane de que não é exatamente a orientação sexual dele o que nos separa.

Não tem nada a ver com o resto mas eu queria dizer isso há muito tempo.

Ah, e postar outra foto dele também.

De cueca maneira, maneiríssima.

Bonde dos "moleque prostituto" (sic)

Demorou um pouco, mas o sexo pago já se encontra em meio à minha patota.

O engraçado é que o sugar daddy não admite nem à caralho, com perdão do trocadilho.

Ele transa - e viaja - com um taxista que nunca tem troco para cinqüenta reais mas ele tá convicto de que tudo o que acontece nos pit-stops vespertinos pelos motéis do Rio é motivado por amor sincero.

Repensando o PAN

-
Gente, onde recrutaram os integrantes da seleção masculina de handebol? Ford Models? Elite? Mega?

Acreditamos na distância entre nós

Esse grande filósofo também tentou me convencer que 90% do que a gente faz na vida tem como objetivo agradar os outros.

E que 99% do que a gente pensa acaba sendo orientado por esta infrutífera ambição.

Somos marionetes indefesas dos grupos a que pertencemos e ventríloquos das pessoas que admiramos.

Ele até cita um outro amigo comum:

-Veja o caso do fulano. É óbvio que ele não é gay. Ele só diz que é para se entrosar com os outros meninos.

Começar a pensar que ele pode ter alugma razão gera um amontoado de questões acerca do quanto de mim sou eu mesma e no quanto eu carrego dos outros.

Não se espante, cante

-

Tem umas conversas em que a gente se envolve de maneira descompromissada só para sair dela com um gafanhoto atrás da orelha, repensando atitudes de vida que já estavam mais do que estabelecidas e aceitas.

Eu abri mão da confrontação ainda com pouco mais de vinte anos de idade. Depois que eu comecei a trabalhar passei a brigar ainda menos.

Não que eu seja tolerante. Sou bem crítica e impaciente até. Mas eu tenho preguiça de argumentar se for para convencer alguém do que quer que seja.

Um amigo vaticinou: "Teu jeito vaselina há de ser tua ruína."

Aparentemente eu estou construindo um patamar exagerado de civilidade que vai me vetar, num futuro não muito distante, qualquer atitude justamente treloucada e insana diante dos fatos mais revoltantes da vida.

É que a desilusão até pode ser reconfortante e levar à resignação, mas a gente só se desilude quando entende as coisas. E pra isso a gente precisa de espaço.

E pra conseguir espaço às vezes é preciso gritar e ser enérgica.

E se isso não é usual você acaba construíndo uma fama de histérica bem mais consistende do que a daquela gente que grita todo dia.

Thursday, July 19, 2007

Descobridor dos sete mares

Ok, eu sei que é má vontade minha.

Mas a marra desses voluntários do PAN me irrita tanto!

Eles circulam pelo Norte Shopping orgulhosamente munidos de credencial, uniforme e garrafinha de água.

Tudo isso pra quê?

Tem competição na Praça de Alimentação? Tem suor de gringo pra enxugar no estacionamento?

Back to the cold cow

- É certo que o canal VH1 é unanimidade entre os órfãos dos áureos tempos da MTV e quem é fã de cultura pop em geral.

Eu sou uma zapeadora impertinente e confessa, mas raramente resisto mesmo aos intervalos comerciais e às geniais vinhetas que a gente fica torcendo para rever milhões de vezes.

Pois eis que a minha estação preferida começou aos poucos a mexer com um gênero televisivo que me é especialmente caro: o reality show de transformação.

Para quem não se localiza é só pensar no Mi casa, su casa e o original Extreme Makeover.

Remaking, o programa da VH1, se propõe reaquecer as carreiras de alguma celebridade esquecida através de um programa de doze semanas que inclui tratamentos estéticos e reuniões com produtores musicais.

Descobri o prograna na casa do quertido Wans enquanto Melito gongava as tentativas de Vince Neil, ex-vocalista do Motley Crue, de abandonar as drogas e paracer mais jovem

Ontem foi a vez do Vanilla Ice aí da foto. Lembram?

Vulgo Ice, Ice, Babe..tantanatanatanatan.

O cara se propôs a participar mas não quis que ninguém mexesse com o topete...com a bermudona...com o boné...um verdadeiro pen-te-lho que pôs a equipe em desespero.

Para quem quiser ver como essa bagunça acabou, tem reprise quinta-feira às 21.00.

É Imperdível.

Wednesday, July 18, 2007

Não era o Gianechinni

Mas 99% dos taxistas paulistanos são uns fofos.

Além dos valiosíssimos insights sobre a metrópole eles também me tiraram de algumas enrascadas em que eu enfiei por excesso de confiança no metrô que supostamente vai a todo lugar.

Além disso, eles amam falar bem do Rio de Janeiro.

Mais um sinal de que nossos "rivais históricos" estão mais preocupados em viver a própria vida do que alimentar essa rixa idiota que existe na cabecinha equivocada dos cariocas.

Ma como? Já?

A temperatura caiu mais rápido do que o tempo que um genuíno paulistano leva para dizer Valedoanhagabaú.

Mas a deixa mais óbvia de que é hora de vazar é ver, num blog amigo, fotos que se separam por 48 horas e em que você aparece com o mesmo traje metido a Carrie Bradshaw que você planejou apenas para bordejar uma única tarde pela Livraria Cultura.

Tuesday, July 17, 2007

Momento "por um triz"

Gente, eu tô voltando para casa de ônibus. Nem passei perto de Congonhas hoje.

Tá tudo bem, não se preocupem.

Mas não deixa de ser um sentimento estranho que não é nem bem alívio nem o mal-estar de pensar no que poderia ter sido.

Leonardo dá 20!

Vir a São Paulo e não fazer compras é mais ou menos como ir à Roma e não ver o papa. Ou seja: ótimo!

A chuva que torna a 25 de março proibitiva me levou ontem a passar horas entre as exposições atualmente em cartaz no Parque do Ibirapuera.

Como sou , guilty as charge, orientada-pela-mídia-e-pelo-sistema, não poderia passar longe das badaladíssimas mostras sobre o Corpo Humano e Leonardo da Vinci.

O preço salgado quase me fez optar por apenas uma delas mas o tempo ruim que me vedava o pate-perna pela cidade acabou sendo determinante para que eu pagasse pelos dois ingressos.

Estava muito mais curiosa com relação ao Corpo Humano, mas confesso que o conteúdo me decepcionou um pouco.

Acho que a exposição se deixa orientar por um viés um tanto obscurantista e moral em momentos como: "evite um efisema como este largando aqui seu cigarro" ou "veja como um feto de três semanas já tem coração".

Prefiro a celebração da vida e do sonho do Leonardo, o ser humano mais foda que já passou pelo planeta e que combina um monte com a quantidade de gente maravilhosa que eu vim encontrar por aqui.

Aguardem detalhes na volta.

Rolando um dadinho

De todas as coisas maravilhosas que São Paulo tem e o Rio não, a que eu mais invejo é a tradição da chapelaria.

É ótimo chegar quentinha e agasalhada e depois trocar a bolsa e o casaco por um ticket que a gente enfia em qualquer lugar para poder dançar sem precisar carregar cacarecos para a pista.

Ah...também tem o Alexandre Frota pagando de Go-go Boy trepado num queijo que só não é mais baixo que a situação dele...mas isso é assunto pro Vida Própria.

Aguardem vídeos.

O PAN me odeia mejjjjjjjjjjmo!

O detector de metais do Galeão tava tão afiado que eu só consegui atravessá-lo sem as botas que eu calçava.

Joguei as bijous com tanta raiva na bandeja que acabei perdento meu brinco de estimação. Sabe aquele coringa que a gente leva em toda viagem? Pois é.

Apesar de ter de curtir balada sem os acessórios devidos, é sempre engraçado ouvir alguém sacaneando meu sotaque.

Bem mais bacana do que rirem de mim porque eu estou andando furiosa e descalça pelo saguão do aeroporto procurando um brinco que ninguém mais acredita que exista...

Wednesday, July 11, 2007

Coerência e coesão

Deu no quadro negro:

Viva o recesso!

Atocha! O PAN me odeia.

Eu jurei pro Wans que eu não falaria do PAN, mas me senti na obrigação de esclarecer os meus leitores que a patriotada do post anterior foi só um charminho para combinar com o filme.

Aliás, esses jogos no Rio só fizeram diminuir a minha torcida pelo Brasil.

Mal posso acreditar que deixarei essa zona para trás em menos de vinte e quatro horas.

Não consigo entender até agora que tipo de vantagem a cidade ganha com isso.

Só calculo muitos gastos.

Todos as viaturas da PM, por exemplo, foram repintadas e estilizadas.

Até Duque de Caxias, onde a tocha também passou e gerou caos, tem seu ônibus do PAN.

Alguém me explica para quê?

O trânsito, vocês sabem, costuma fluir muito bem na Linha Amarela, na Linha Vermelha e na Avenida Brasil - passagens obrigatórias para meu mundo melhor.

Agora pensa com uma faixa exclusiva só para os comboios do PAN:



Eu ando com um credenciado do PAN e posso usar a faixa sem ser multada:

Mas aí...quando a fila de carros anda um bocadinho eu sou obrigada a apreciar a vista do Engenhão e lembrar que esses vou passar , por causa dele, esses dias lindos que tem feito no inverno bem longe da praia.

Aliás, essa coisa modernosa fincada no meio da favela é totalmente Belíndia, não?


Pena que foto de celular em movimento não consiga captar a real dimensão da feiúra dessas bandeirinhas plásticas.

Usem a imaginação. Mas não muito.

Um só coração

Cao Hamburger, para quem não sabe, é essencialmente um homem de TV .

Esteve recentemente envolvido com a impecável minissérie Filhos do Carnaval - o canto do cisne de Jece Valadão - tragicamente relegada , em virtude de sua temática "forte" aos piores horários da grade da HBO. Um primor de direção de atores onde Cao já mostrava o gosto por equiparar profissionais e amadores na tela.

Trata-se ainda do cérebro por trás do antológico Castelo Rá-Tim-Bum, uma espécia de programa que tentou, na década de 80, resistir ao xuxismo na base da inteligência e do bom-humor.

Deve ter sido bem aí que ele descobriu a mão para fazer com que uma criança soe, na tela, como uma criança.

O Ano em que meus pais saíram de férias é um pouco a culminância desse percurso. Podia ser só mais um filme sobre a ditadura ou só mais um filme em que um menino é-obrigado-a crescer-devido-às-circunstâncias. Em suma, a versão brazuca de Minha Vida de Cachorro.

Mas no meio disso tudo tem São Paulo e a primorosíssma reconstituição do bairro do Bom Retiro, histórico reduto judeu na cidade, para quem o filme é uma verdadeira declaração de amor.

A enredo se situa durante a Copa de 1970 e cresce em vibração à medida em que a São Paulo multicultural vai aderindo ao sentimento de brasilidade e silenciando as centenárias rivalidades nascidas dos guetos europeus.

Bonito pra caramba.

Parto para São Paulo amanhã louca para assistir a final da Copa América entre os novos imigrantes do Bom Retiro: coreanos, bolivianos e angolanos.

Se eu sumir muito do blog é porque eu casei com o goleiro, o herói do filme e do time, e não porque eu tô esperando um telefonema...

Tuesday, July 10, 2007

Dia da Marmota

Domingo o porteiro perguntou:
-E aí, a festa foi boa?
Eu:
-Que festa?
Ele:
-Não foi seu aniversário? Ah, é a menina do 201. Parece muito contigo.

Ontem o porteiro me abordou:
-Eu falei com a menina do 101 pensando que era você. Parece muito contigo.
-Não sou eu...de novo.

Hoje o porteiro parou meu irmão:
-Falou com ela que eu mandei os parabéns?

Sunday, July 08, 2007

Manual básico do pé na bunda (5): damage control devices

Ouça à exaustão a música "de vocês".

Ajuda muito se ela tocar sem parar no rádio.

Isso garante que em pouco tempo o que você viveu esteja devidamente arquivado no passado, igualzinho a uma canção exageradamente executada que acaba enjoando as pessoas.

O ideal mesmo é que a música reflita a qualidade do objeto do desejo. Música feia para homem feio, música ruim para homem ruim...mas aí as coisas ficariam fáceis demais, né?



Ah, "bom encontro é de dois".

Manual básico do pé na bunda (4): mandamento fundamental

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Tá certo que fingir que a dor não está ali é infantil e contraproducente.

Mas não é porque você finalmente admitiu que está sofrendo que vai passar a noite de sábado em casa em clima de autocomiseração.

Se você sai, coisas acontecem e isso ocupa sua cabeça por algum tempo.

Principalmente se você bebe demais e precisa se concentrar muito para lembrar exatamente de que coisas aconteceram.

Ah, e o nome das coisas também.

Até porque em casa a fila não anda. A gente é que tem de abrir caminho.

Manual básico do pé na bunda (3): antevendo catástrofes

Todo mundo concorda que é melhor previnir do que remediar?

Pois o oráculo avisa:

Sempre que um homem usar a frase "nunca pensei que eu pudesse um dia conseguir uma mulher como você" o único traço realmente sincero da mensagem são as duas palavras finais.

Manual básico do pé na bunda (2): um olhar sobre a rival

É horrível se comparar aos outros em qualquer nível.

Dá culpa quando a gente chega a conclusão de que é superior.

E pode ser humihante se medir contra alguém mais jovem, mais rico e mais bonito.

No entanto, é estranho olhar para a outra e não ver absolutamente nada.

De melhor nem de pior.

Só alguém que você não pode nem quer ser.

Manual básico do pé na bunda (1): uma introdução

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Este post bem poderia se chamar: dor de corno, você ainda vai ter a sua.

Porque se existe no mundo uma condição que torna a todos nós iguais é justamente o conjunto de sensações que normalmente embala qualquer processo de rejeição no campo amoroso.

Cada indivíduo se porta de maneira particular no luto, do desemprego na doença e por toda a sorte de desgraças, mas apenas o abandono nos imputa uma cruel e irreal dimensão do nosso fracasso como gente.

Mesmo as pessoas mais sensatas e razoáveis, quando ostentam um coração partido, se transformam naquele velho clichê ambulante que usa pelo menos 95% de sua capacidade cerebral revendo conversas e tentando descobrir razões para que determinada relação não tenha ido adiante.

"Onde foi que eu errei?" é o motto.

Após esse primeira fase da negação do óbvio o corno geralmente é acometido por uma ressaca moral que advém das lembranças dos episódios do passado em que foi ele a dispensar alguém.

Aquela coisa de saber que alguém no mundo se sente a seu respeito exatamente como você outrora se sentiu com relação a pessoa X.

O quadro se desenha ainda mais patético quando se trata daquela modalidade ilegítima da dor de corno que só acomete quem tem mania de sair com gente comprometida.

Nem com o apoio dos amigos se pode contar. Ou porque a dor não pode ser feita pública ou simplesmente porque ouvir "Eu te disse , eu te disse" geralmente não ajuda muito.

É duro ter de pôr a violinha no saco e clamar apenas aos céus por resignação.

Mas é geralmente aí que a coisa começa a clarear.

Dor nenhuma - nem de amor - dura para sempre, mas aceitar sua própria impotência diante da vontade alheia é o primeiro passo para superar esse mico.

Thursday, July 05, 2007

Mistérios misteriosos de Paraíso Tropical

-

Nem a minha novela escapou do meu mau-humor. A fome e a dor de dente trabalham muito contra a aceitação de certos fatos que não fazem o menor sentido na trama.

Pra começo de conversa...só eu achei que o Evaldo tava dando a maior pinta nessa cena aí em cima? Tava vendo a hora dele gritar: "Pára de me gongar, Taís!"

Alguém também podia me explicar porque a poderosa do funk amava esse cara feio, chato, pinguço e com pinta de boiola? E por que ela não tira aquele carrapato do nariz?


Será que ela está esperando o Daniel tomar alguma atitude?

É...porque "Deixa que eu cuido disso" é o que a gente mais ouve ele dizer.

E não é da boca para fora não, ele faz mesmo.

Tomou todas as providências para o enterro do pudim de cana.

Deve ser muito fácil gerir o grupo Cavalcante para ele ter tanto tempo assim para cuidar da vida dos outros e até descobrir que a gêmea má e o Ivan estão transando.

Aliás...tá certo que o Brandon-Walsh-bizarro é do mal, mas eu rolo de rir sempre que algum personagem diz, sobre ele e Taís, "eles são amantes"


Quem ainda usa essa palavra, minha gente?

Acho que a Hermínia foi a primeira a se referir a eles desta forma.

Aliás...humilhação plus esse negócio de ele vender Natura e sair dizendo que dá um dinheirinho pra reforçar o salário de professora.
Ela sempre ri quando diz isso. Quando diz que Taís e Ivan são amantes.

Ela não pára de rir. Tosco.

Finalmente, proponho que a revoltada horda de fãs do Wagner Moura acampe em frente ao escritório do Dênis Carvalho exigindo que nosso muso tire esse roupão nojento e mostre mais as cuecas maneiras que fazem a cabeça da Bebel.

Ou a coisa toda fica meio sem cabimento, né?
*


Post dedicado à Ril , que odeia que eu fale de novela e à Patry, responsável pela popularização, no Orkut, da expressão que eu usei no título, valiosíssima para quem curte discutir teledramaturgia brasileira.

Dieta do ferro

Dia 1, almoço: carne moída com purê, sorvete de sobremesa. Jantar: sopa de siri.

Dia 2, almoço: nhoque de aipim, sorvete de sobremesa. Jantar: capeletti de espinafre.

Saldo parcial:
Unidades alcóolicas e sacolés consumidos nos intervalos: cerca de 100.
Bréquetes descolados: quatro.
Quilos perdidos: zero.
Litros cuspidos em aula:incalculável.

Parece mas não é

-

Tem professor que ainda é suficientemente ingênuo para comemorar os dias reservados a projetos extra-classe no calendário escolar.

Tudo bem, se você quiser fugir do trabalho a qualquer alto preço, mesmo que seja o Apocalipse, a visão do inferno em que se transforma uma quadra de escola quando todos alunos de todos os turnos se reunem para puxar uma briga por minuto aos gritos de:

- ô, Inglês, Inglêeeeeeees...o Keké falou que vai me matar.

O tema esse ano - surpresa! - é o PAN e a equipe de Granada ( ou "turma da granada", como preferem os torcedores.) vem alcançando um desempenho para lá de expressivo.

Por isso é que dá medo de verdade da ameaça do Kleverson.

Mas nem tudo é guerra. Nos jogos da paz , minhas alunas de dez anos de idade se orgulham de "namorar sério":

Tuesday, July 03, 2007

Premeditando o bréquete

Minha ortodontista conseguiu o impossível: me fazer calar a boca.

De quebra fez também com que um dos maiores prazeres da minha vida - comer !- fosse irreversivelmente associado à dor.

Fora o constrangimento de me olhar no espelho e enxergar um personagem da turma do Chaves.

Somando-se a essas três tragédias o fato de que passarei no mínimo dois anos sem beijar ninguém, a minha única razão para continuar levando essa existência anódina é assistir , mais tarde, mais um episódio de Allie G.

Na Sony, às 22.30. Nem precisa perder a novela.

Pelo menos de saudades do Borat eu não morro.

Aproveitaram bem os posts botequeiros da samana passada?

Ótimo, pois por todas as razões expostas acima e abaixo, me demito da dolce vita e me instalo, por tempo indeterminado, diante da TV com uma caneca de sopa fria na mão pensando em quando é que eu vou ter permissão para platicar de novo.

Monday, July 02, 2007

Homemerrado.com

Deu no e-mail:

"Quando você se envolveu comigo você já sabia."

Para compôr o clima, I started a joke , dos Bee Gees tocando baixinho ao fundo.

Vem viver outra vez ao meu lado

A presença masculina em nosso humilde lar róseo se faz notar de maneira contundente já nas primeiras vinte e quatro horas.

Não há sequer um tapete no lugar.

Mas compensa saber que irmão-shidoshi ganhou pelo menos cinco mil quilômetros de distância daquela Amazônia ingrata que nos apartava.

Depois do PAN ele passa a habitar o Norte Fluminense e, a menos de três horas daqui, vai voltar a me oferecer os fabulosos insights que são de certa forma a razão principal para esse blog um dia ter nascido.

Melito, special guest star

O texto que reproduzo abaixo foi enviado por queridíssimo amigo-leitor dando uma canja por essas paragens.

Uma reflexão que ele escolheu dividir com vocês:



A cada dia, a certeza de que o gênero humano deve, o quanto antes, extinguir-se e dar lugar às baratas (ou a Dercy), aprofunda raízes em minhas convicções.
Ao ver casos como o da Barra onde jovens de classe (?) média (??) espancaram uma doméstica que aguardava no ponto por um ônibus tenho a mais pura vergonha de pertencer a essa raça degradada e degradante.
Pior do que saber que esses novos ‘playboys’ (distorcendo completamente o sentido original da palavra que, um dia, adicionava glamour a uma existência hedonista onde os únicos feridos eram alguns egos e órgãos vitais vítimas dos excessos) pregam, ainda que talvez sem sabê-lo, uma luta de classes no sentido não comunitário/panfletário mas no sentido de varrer da sociedade qualquer parte da mesma que não seja de seu círculo ‘ariano’, é saber que seus progenitores ainda tentam maquiar a barbárie com alegações tão estapafúrdias quanto o ato cometido por seus rebentos.
Vide o pai de um dos pequenos animais que disse aos quatro ventos, em cadeia nacional, que seu filho cometera um erro o qual mancharia o nome da família para sempre e que se pudesse o cobriria de pancada.
Tem mais, disse que eles, pais, não poderiam ser culpados por ato tão torpe e que não seria justo manter as ‘crianças’ na prisão, ao lado de criminosos diplomados o que, pela teoria do referido pai, acabaria com a vida deles e tudo por causa de uma bobagem (sic).
Oras, quer dizer que seu filho sai distribuindo porrada e a culpa não é sua? Quem, afinal, educou a besta-fera? Somos em parte, produtos de uma combinação complexa de genes os quais respondem por nossas características físicas e creio mesmo até de uma parte de nossos comportamentos e personalidade mas, não posso deixar de notar que boa parte do que somos também advém do meio onde vivemos.
Assim, dizer que os pais não têm culpa pelo comportamento incontrolável dos filhos é, no mínimo, ingenuidade. Que tipo de criação foi aplicada a essas criaturas? Que tipo de idéia lhes foi enfiada mente abaixo para que achem que podem tudo, que a vida é deles e de ninguém mais?
Essa questão é mais profunda do que posso abordar aqui, vai pelos excessos liberados por pais impotentes e crentes de que a liberdade deve ser irrestrita. É melhor não impor limites para não criar adultos confusos e recalcados mas sim monstros devoradores de liberdade ignorantes de que liberdade e libertinagem são coisas diametralmente opostas.
Não coloca-los na cadeia? Porque não? Qual a diferença entre eles e os ‘criminosos de carreira’? Não digo que se deva chegar a extremos como prender que rouba um pão impelido pela fome mas esses delinqüentes que hoje espancam pessoas comuns, se tiverem suas falhas relevadas, farão o que amanhã? Tráfico? Tornar-se-ão profissionais egressos de faculdades de elite e aptos a exercer suas profissões como exerceram sua ‘liberdade’ no passado? Ou irão para o Congresso?
O pai ‘desabafando’ deu claro exemplo de como estou certo, a lei deve ser aplicada a todos de maneira imparcial menos, é claro, aos filhos dourados do sol. Mais um pouco e quem vai presa é a doméstica por estar no lugar e hora errados afinal aquele era o ‘pedaço’ deles.
Vamos além, por ele, o certo seria cobrir o filho de porrada ou seja, vamos remendar o erro com outro por cima. Com uma boa funilaria ninguém vai perceber a casca grossa que se cria por baixo desse verniz de agressões e voltamos ao quesito educação que descrevi acima.
Mais uma: se espancar alguém gratuitamente é uma bobagem, é preciso rever urgentemente o conceito dessa palavra.
Mas creio que o pior seja a justificativa dos jovens animais para a agressão. Segundo eles, só cobriram a pobre de pancada pois julgaram que a mesma fosse uma puta.
Ah! Entendi! Puta pode bater a vontade né?

Sunday, July 01, 2007

Primeiro de Julho

Eu vejo que aprendi
O quanto te ensinei
E nos teus braços que ele vai saber


Não há por que voltar
Não penso em te seguir
Não quero mais a tua insensatez


O que fazes sem pensar aprendeste do olhar
E das palavras que eu guardei pra ti


Não penso em me vingar
Não sou assim
A tua insegurança era por mim


Não basta o compromisso
Vale mais o coração
Já que não me entendes, não me julgues
Não me tentes


O que sabes fazer agora
Veio tudo de nossas horas
Eu não minto, eu não sou assim


Ninguém sabia e ninguém viu
Que eu estava a teu lado então


Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher
Sou minha mãe e minha filha,
Minha irmã, minha menina
Mas sou minha, só minha e não de quem quiser
Sou Deus, tua deusa, meu amor


(Renato Russo)