Wednesday, July 11, 2007

Um só coração

Cao Hamburger, para quem não sabe, é essencialmente um homem de TV .

Esteve recentemente envolvido com a impecável minissérie Filhos do Carnaval - o canto do cisne de Jece Valadão - tragicamente relegada , em virtude de sua temática "forte" aos piores horários da grade da HBO. Um primor de direção de atores onde Cao já mostrava o gosto por equiparar profissionais e amadores na tela.

Trata-se ainda do cérebro por trás do antológico Castelo Rá-Tim-Bum, uma espécia de programa que tentou, na década de 80, resistir ao xuxismo na base da inteligência e do bom-humor.

Deve ter sido bem aí que ele descobriu a mão para fazer com que uma criança soe, na tela, como uma criança.

O Ano em que meus pais saíram de férias é um pouco a culminância desse percurso. Podia ser só mais um filme sobre a ditadura ou só mais um filme em que um menino é-obrigado-a crescer-devido-às-circunstâncias. Em suma, a versão brazuca de Minha Vida de Cachorro.

Mas no meio disso tudo tem São Paulo e a primorosíssma reconstituição do bairro do Bom Retiro, histórico reduto judeu na cidade, para quem o filme é uma verdadeira declaração de amor.

A enredo se situa durante a Copa de 1970 e cresce em vibração à medida em que a São Paulo multicultural vai aderindo ao sentimento de brasilidade e silenciando as centenárias rivalidades nascidas dos guetos europeus.

Bonito pra caramba.

Parto para São Paulo amanhã louca para assistir a final da Copa América entre os novos imigrantes do Bom Retiro: coreanos, bolivianos e angolanos.

Se eu sumir muito do blog é porque eu casei com o goleiro, o herói do filme e do time, e não porque eu tô esperando um telefonema...

11 comments:

Anonymous said...

Fala sério!!!

O goleiro é tudo de bom (ponto).

Roteirinho furado, bem xinfrim e crianças prodígios mal escolhidas.

este filme é superestimado. Não vale a locação.

Andrea said...

Adelaide, sua desclassificada, eu amoooa Hannna e odeio crianças "prodígias".

Morra assistindo Babel 986486854 vezes.

fabiana said...

Eu quero ver, mas, sabe como é... com esse monte de blockbusters na locadora eu sempre deixo pra depois.

Anonymous said...

Juro que fiquei com preguiça de ler... mais vim aqui marcar presença. kkkkkkkkkkkkk

Anonymous said...

amo minha vida de cachorro.

Marion said...

Déia, este filme é lindo! :)

Ai a final da Copa América... tudo indica que será Brasil e Argentina... ai ai ai ! Pobre do Wally, vai aguentar o povo atormentando!!!

Até amanhã!!! ;)

Beijos

Anonymous said...

Filhos do Carnaval é simplesmente fantástica. Parece que tudo o que a HBO faz vale a pena ver.

Não vi esse filme ainda, mas tb odeio crianças prodígios.

Anonymous said...

Déia, castelo Rá-tim-bum na década de 70? ._.
nasci em 89 e ainda acompanhava inéditos, eu acho.

ai, ando tão desacreditada do cinema nacional.
mas estreiou novo do Jorge Furtado, esse eu vejo!

Andrea said...

Já corrigi pra 80, Carolzita.

Master said...

Não seja cruel com HBO. Filhos do Carnaval passou no horário em que todas as séries passam, no mesmo horário de Mandrake. (Aliás, aquele tal de Marcos Palmeira é um homem de um personagem só.)
Sorte do Hamburger que pode fazer um filme autobiográfico. O meu certamente ficaria no papel, pois não conseguiria autorização pra filmar. Dos traficantes.

Ana said...

Odeio filme brasileiro.