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Não é nada do que vocês estão pensando.
A
vibe "Cold Turkey" advêm da inexistência de um novo episódio de HEROES para
download até sabe lá Deus quando.
Todos os outros programas parecem ridículos perto de uma história em cada cena se fecha em clima de
season finale.
Além disso, é extremamente reconfortante pensar que TV divertida pode também te pôr para pensar um pouco sobre o sentido de cada vida, sobre o que cada um de nós faz para evitar o fim do mundo e , finalmente, sobre o quanto
poder implica em
responsabilidade.
Tem também aquela mensagem edificante pró-aceitação da diferença, mas sem o ranço politicamente correto que geralmente põe a perder qualquer reflexão minimamente lúcida sobre o assunto. Tem personagem "do bem" que quer " a cura" para a sua condição através da modificação do código genético ou coisa que o valha. Sem que a narrativa descambe para o maniqueísmo ou que não tracemos paralelos com os temas científicos que permeiam o nosso cotidiano de gente comum.
Um outro eterno dilema, o do
personal gain está na pauta da evolução de cada trajetória e a balança quase sempre pende para aquele lado que invariavelmente oprime e torna infelizes os "bem-dotados" : a ética do bem comum, que veta ao herói receber através de suas habilidades especiais qualquer tipo de vantagem pessoal, por menor que seja.
E qual seria mesmo a graça disso?
Se eu tivesse super-poderes como os deles isso melhoraria muito a minha vida e eu não hesitaria em usá-los nas mais prosaicas situações.
E poderia até, agindo assim, salvar o mundo também.
Enquanto o próximo capítulo não vem, pensem comigo:
Regeneração espontânea- me faria uma pessoa sexualmente mais agressiva, sem medo dos hematomas.
Atravessar superfícies - sacanearia muito as portas giratórias nos bancos.
Premonição - enriqueceria dando consultas, claro. Pintaria um futuro melhor para mim.
Teletransporte - viajaria um monte e nunca mais enfrentaria engarrafamentos.
Manipulação do tempo - ah, aqueles quinze minutinhos finais de aula que não passam...adeus! E eternizaria um orgasmo, sim!
T
elepatia - esse eu dispenso. Não seria feliz num mundo em que eu soubesse tudo o que pensam de mim.
Voar - idem a teletransporte.
Empatia- absorveria as qualidades mais positivas dos meus amigos como as artes de combinar acessórios e contar piadas.
Tecnopatia - sacaria muito dinheito do caixa eletrônico sem cartão, abriria todos os sinais de trânsito para mim e deixaria de pagar TV por cabo.
Superforça física - me tornaria uma pessoa muito, muito grossa. Principalmente se eu tivesse um alter-ego a quem culpar pelos meus rompantes de fúria.
Auto-combustão - não imploraria mais por isqueiros.
Invisibilidade - saberia todas as fofocas, é claro. E assistiria algumas pessoas fazendo sexo. Principalmente meus amigos que pagam de fodões. Também seguirira o Gianechini por algumas semanas e...cara, como adoro esse poder!
Cyberpatia - esse eu também não poderia ter. Imaginem se me fosse permitido acesso a internet sem computador a qualquer momento do dia ou da noite? Eu não seria mais um ser humano funcional. Passo.
Remoção da memória alheia - me tornaria muito, muito sincera por alguns minutos só para saber a reação das pessoas. É...depois eu apagaria tudo o que fiz e disse.
Manipulação molecular - hmmm...quanta comidinha gostosa!
Telecinese - jogaria os alunos pentelhos às paredes, lógico. Como
Carrie, a estranha. DI-VA!
Super memória - ah, já sou muito rancorosa. Para que mais?
Super audição - já tenho.
Manipulação de radiação - ah, não quero. Faz muita sujeira.
Persuasão - o poder dos poderes. Finalmente o mundo andaria direito com todas as pessoas me obedecendo. Não seria incrível?
*
E tudo isso acontece em apenas dezoito episódios de HEROES. Pra entender tudo e se não temer
spoilers , clique
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Tinha como não viciar?