Eu bem podia ter vindo aqui contar das últimas agruras. Do novo artefato ortodôntico que parece um instrumento de tortura medieval, do tempo que não sobra mais, do calor que não falta nas salas com três milhões de alunos, mas eu sempre acho que se o meu saco tá cheio não é muito meu direito encher o dos outros.
Mas não tenho como não comentar, por exemplo, a eliminação do Fernando do Bog Brother ontem. 62% de rejeição. Acho que só senti tanta dó da Jaque. Se alguém foi vítima de preconceito nesse programa, de verdade que foram os dois. Porque quem tem cara de bem nascido nunca vai ser apioado numa disputa contra quem é gordinho ou tem cabelo duro.
Fernando foi o único nesse programa a realmente chorar DE OLHOS MOLHADOS e ele acabou se estrepando justamente por isso: por ser sincero pra caramba em todo o seu conservadorismo e marra de playboy. Enquanto isso o público mantém gente de péssimo caráter como o Marcelo e a Thatiana na casa.
Ainda bem que agora tem
Queridos Amigos no lugar do PPV. Estou adorando a série. O texto, as atuações e , principalmente a premissa, que me lembra um filme que eu venero :
O Reencontro, de Lawrence Kasdan. Além disso, a ambientação da trama no ano de 1989, quando eu ensaiava me tornar uma adolescente politicamente engajada tem apelo demais para mim que, tal qual os personagens mostrados ali, também vi o meu sonho de um Brasil melhor ir para as cucuias.
Estive pensando nisso na última terça-feira, no show da Marina Lima. Uma cantora que eu simplesmente não me permitita gostar. Música boa para mim tinha que ter conteúdo político-filosófico, a idiota.
A Marina não tem mais voz de verdade. Quem canta é o público. Mas é muito emocionante perceber que ela não deixa a peteca cair e se aproxima da platéia de todas as outras maneiras possíveis. O show no pequeno
Teatro Rival, dizem, foi uma iniciativa dela, esnobada pelo
Canecão-grande-palco-da-MPB. Lugar nem para uma formiguinha além de quem tava ali.
E enquanto isso, em frente ao Copacabana Palace,
Cláudia Millllllk realiza sua fantasia megalomana de se tornar a Madonna brasileira. Não sei se vocês sabem, mas apesar de ser uma reles professorinha, tenho amigos que são
alguém na noite e eles conseguiram me infiltrar no disputadíssimo lounge da área VIP.
Para aturar as músicas do Babado Novo a gente precisa de muita cachaça na cabeça, mas ouví-las repetidas à exaustão e acompanhadas do CPM22 só mesmo à beira do coma alcoólico. O que é ainda mais fácil de acontecer quando tem breja de graça. E celebridades a quilos para gongação ao vivo.
Porque esse mau humor não chegou hoje, né?