Seria hipocrisia minha declarar pouco apreço por um filme que me divertiu tanto. Por outro lado, se o mérito da história é desmascarar algumas situações ignoradas pelo grande público, me incomoda um pouco que o filme opte por corroborar a idéia de que existe sim recuperação para um traficante, desde que ele seja de classe média.
Tem vaporzinho no morro que também é viciado e não sei se há muitas juízas no mundo preocupadas em oferecer a eles um tratamento diferenciado do mega-traficante-sem-escrúpulos-que-lucra-com-a-desgraça-alheia que, igualzinho ao Johhny, também só vende o que querem comprar dele.
Ah, libera logo essa merda.
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10 comments:
Rio de Janeiro é nosso!
Olha, o tratamento em prol da recuperação do Johnny do filme não é muito diferenciado. Ficar num manicômio, que aliás é muito podre, não recuperar ninguém. Acho que ele teve foi é sorte.
Na, boa , eu acho que devia liberar sim. Quem quiser vai consome. Pelo menos a bandidagem ia diminuir e muito!
olha, acho q o filme não prega isso não, só se presta a contar uma história real msm. e cara, na boa, aonde q aquele manicômio é tratamento diferenciado?
aquele depoimento da juíza foi rídiculo. é óbvio q as pessoas podem se recuperar. mas por vontade própria e não pq o Estado tenha qq participação nessa recuperação.
Gente, lógico que é diferenciado. Tráfico dá trinta anos de cana! O que será que aconteceu com os companheiros de cela'na delegacia, hein? Dois anos de qualquer vida valem muito e eu também não condeno o que ele fez mas não podemos deixar de observar o fato de que a lei foi sim, interpretada de maneira favorável por causa do background dele. Vamos combinar que normalmente um viciado não tem lá aquela super capacidade empreendedora que o personagem demonstra. A gente tem que começar a tentar enxergar as coisas as coisas sob outro prisma além do "se é preto e pobre é bandido mas se é branco e bem nascido é só um rapaz bobo que deu um mau passo". A justiça tem que existir para todo mundo, né?
E mais: todo mundo indigna com a idéia de colocar viciado em manicômio. Desculpem, mas Betty Ford é para poucos e bons. Aqui no Brasil o tratamento é em hospitais psiquiátricos mesmo. E nem tem como ser diferente, já que é com medicamentos dessa categoria que existe algum tipo de "chance" de alguém se livrar dessa merda (do vício. De ser traficante precisa se desintoxicar do quê? Caráter ou vitimia aguda?).
Li uma declaração do diretor que me emputeceu muito. Porque veio com aquele discurso que começou com o Tropa, de quem finacia o quê. E que o "pobre coitado" do usuário não pode ser responsabilizado e blá. Tá. Concordo, não pode sozinho - justiça pra todos, né, déia? - só que tem que assumir a parcelinha de culpa que lhe cabe, sim senhor!
Eu acho que todo mundo tem mesmo é de ter o direiro de se drogar o quanto quiser, o estado não tinha que se meter nissa nem na recuperação, mas cara...não tem como não ver que o cara foi aliviado: seis quilos de pó? Caramba, e a tese de que ele vendia pra sustentar o vício? Bom que ele tenha podido pagar advogados que convencessem a tal juíza disso mas se fosse do morro tinha enfrentado cana. E eu nem tô dizendo isso de forma vingativa. Só acho que usuário pobrre também podia ser olhado com carinho e cartão de Natal.
tráfico dá trinta anos de cana? sério que eles ficam esse tempo todo, não sabia... andréa, algumas coisas:
1. a tua crítica se refere ao filme, ao nosso sistema judiciário ou à nossa organização social?
2. "existe sim recuperação para um traficante, desde que ele seja de classe média." bom, eu concordo com a marion. existe recuperação para quem sorte. e o johnny tinha uma família amorosa [embora omissa], o que já ajuda bastante.
3. o filme fala de uma situação real. claro que a gente que fez letras e é sabidinha reconhece que 'verdade' e 'realidade' são conceitos beeeeem complexos. rola o olhar de quem fez o filme sim. mas eu acho que o argumento de falar que o filme corrobora x ou y é o mesmo que o pessoal usou pra dizer que 'tropa de elite' era facista.
4. eu acho que tem diferença entre você vender droga, consumir tudo o que vendeu em mais droga, não usar armas, não ter fortaleza, não matar ninguém, não apelar pra violência e os caras que têm isso tudo.
5. conheço gente que traficava na época do irmão, que era crasse mérdia e não voltou pra contar a história.
6. eu não acho que liberar drogas vá diminuir a violência, pra mim o buraco é bem mais embaixo, mas sou a favor da liberação total. é comércio. compra quem quiser.
bjs
ei, desculpem, mas eu não acho que manicômio seja *o* remédio que livre alguém do vício maldito. novamente vou apelar pra exemplos familiares e de amigos próximos. têm outras coisas que ajudam também. e, cara, achar que usuário financia algo é realmente muito simplista. é como achar que quem manda no tráfico é o povo do morro. como são eles que morrem mesmo - e não os verdadeiros traficante, que devem ser gente influente e muito respeitável - não há e nem nunca vai haver interesse em liberar essa merda. quem financia não é atingido pela violência e só tem lucro. quem tá lá na linha de frente é quem se fode. pra que os caras vão querer legalizar e pagar imposto? pra quê? como eu já disse, a culpa não é do usuário; isso é comércio. a culpa é da hipocrisia de todos.
ops, problemas de concordância: verdadeiroS traficanteS.
concordo totalmente com a cris. e andrea, tem vários juízes no rio e acredito q em outros lugares q aplicam penas alternativas tb para pessoas de classes mais baixas (veja o filme Justiça, é um tapa na cara, mas vale a pena). pouquissimas pessoas passam 30 anos ininterruptos na cadeia, até pq não teria lugar para todo mundo, né? já é lotado do jeito q tá...
é claro q de uma maneira geral na nossa sociedade, pessoas de classe média são mais beneficiadas q os pobres, mas o filme não passa a idéia de q o pobre seja irrecuperável.
e outra, manicômio para tratar viciado só se for particular e mto do bom pq os do Estado são uma piada e o carinha do filme só se recuperou pq quis, já q tratamento inexiste nesses lugares e mto menos medicamento de qq natureza. só tem msm a própria cocaína q é consumida livremente pelos funcionários e outros internos.
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