Saturday, June 30, 2007

Tem coisa que só em Caxias

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No Bar do Zeca o banheiro é anti-derrapante:



E panorâmico:


Uma genuína tradição local - que só serve "mediante pagamento adiantado", à americana - estabelecida no mesmo lugar há mais de sessenta anos.

Desde quando aqui nem era cidade.

Friday, June 29, 2007

O meu coração na hora exata de trocar

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Eu sou uma pessoa doente, eu sei.

Às vezes eu mantenho um pote de shampoo com um dedinho de resto por meses só porque me apeguei ao frasco, porque eu acho que ele enfeita o banheiro.

Mas tem também o mal que todos os filmes, livros e músicas me fizeram. Desde muito cedo eu me tornei uma incurável sentimental.

Sério, gente. Se eu não cultivasse um pouquinho de cinismo para contrabalançar teria me suicidado aos doze.

A questão é que a gente tende a mesmo a supervalorizar banalidades e enxergar significados e ritos de passagem nas atividades mais banais e prosaicas.

Por exemplo, hoje eu consegui, depois de quatro anos, finalmente dar o meu carro em troca de um bem mais novo e melhor, equipado com computador de bordo e porta-óculos.

Não é que eu tive de segurar uma lagriminha por ocasião da minha última viagem no vermelhinho?

Lembrei de beijos, amassos, conversas, mudanças,cantorias, pessoas, vômitos e quase tudo o que ele dividiu comigo nesse tempinho.

Uma saudade gostosa do presente, se é que isso é possível.

Espero ser igualmente feliz a bordo do novo possante mas acho que vai ser imposível, quatro anos para frente, ter tanta história para contar.

Thursday, June 28, 2007

HOT HOLE ao entardecer

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Como é bom beber na favela!

Nem Daniel nem Olavo




Pega eu, Antenor!

Happy gay day é pleonasmo?



Um dia o McDreamy chega.

A única obrigação é manter o coração batendo.

Cuidem-se!

Wednesday, June 27, 2007

Algumas verdades inconvenientes

-Al Gore, vulgo Al Bore, ganhou muito dinheiro pelas mais de mil palestras planeta quente afora que deram origem ao premiadíssimo filme.

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A propósito, esse aqui não deve ter ganho prêmio algum, mas eu proponho a criação do troféu anual Pollyanna moça para os roteiros que mais contribuam para que mulheres comuns percam o já escasso senso de realidade que lhes resta.
É certo que um homem "insanely good-looking" como Jude Law jamais baterá à minha porta bêbado e pronto para o sexo.
Muito menos se eu estiver de pijama.
E é razoavelmente impossível que qualquer homem, nem precisa ser ele, se apaixone por qualquer mulher , nem precisa ser a Cameron Diaz, sob essas circunstâncias.
E por que ninguém conta que é muito mais trágico quando as mulheres que ligam para ele são filhas e não outras namoradas?
Uma discussão vazia, eu sei. O Jude Law é mesmo apenas um boneco de cera.
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Desconfio que Ana Paula Arósio não foi maquiada com cores AVON para as fotos da atual campanha. Ou eu fico bonita assim ou quero meu dinheiro de volta, cara promotora.
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Está bastante claro que os playboys que espancaram a doméstica não devem mesmo ir para uma cadeia de verdade porque eles são brancos e fortes e não podem se misturar, como disse o pai de um deles, com quem troca tiro com a polícia.
Eles são muito piores e covardes do que muita gente que não teve muita oportunidade na vida antes de se tornar cliente do sistema prisional.
Diante da complexidade da situação - e eu juro que não estou brincando com coisa séria e sendo irônica - eu sugiro a aplicação do Direito Romano a esse delicado caso.
Não querem pena alternativa? Pois bem , eu proponho que eles se tornem, de forma vitalícia, escravos da Sirley.
Que se mudem para Imbariê e que permaneçam à mercê da vontade dela por toda a vida varrendo chão, limpando banheiro e prestando serviços sexuais num super bordel que, se ela for mesmo esperta, abre pra lucrar com a breve juventude deles.
Estritamente SM.
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Por fim, eu tenho uma longa palestra para apresentar na terça-feira, mas não me consta que a PUC tenha um equipamento tão poderoso quanto aquele do Al Gore. Isso me desestabiliza tanto que no lugar de incrementar minha apresentação em "Power Point mesmo", eu fico aqui, escrevendo blog.

Tuesday, June 26, 2007

Resumo da semana (instantâneos)

Quarta-feira, 12.30, sala da 601

-Tá bonita hoje, professora.
-Poxa... só hoje?
-É que tem uns dias que o teu cabelo tá meio esquisito.
-Esquece meu cabelo. Senta aí pra fazer tua prova.
-Eu não consigo, professora. Eu sou muito imperativo.

Quinta-feira, 23.30, esquina do pecado

Samantha Jones se perguntaria sobre quando deixou de ser vedado a perdedores patéticos guardar menos de três metros de distância de mulheres fabulosas.

No fim das contas, se os bons não param mesmo, ouvir uma cantada original do tipo e-aí-qual-a-boa, pode até salvar a noite.

Sexta-feira, 18.30, tenda da cartomante

Esqueçam Machado de Assis porque a madame da Tijuca tem pinta de gata de praia e manda na lata que não vê qualquer sinal de definição para a sua vida afetiva.
"Ao menos não nos próximos seis meses", é tudo o que ela diz para consolar.

O reality-check é igualzinho ao da manicure:

-Não quer pôr um vermelhão, um Rebu? Pra chamar paixão. Você tá precisando se gostar mais.

Sábado, a noite toda, atrás da porta verde

Você percebe que está ficando velho quando consegue se divertir cozinhando qualquer gororoba metida à besta para seus amigos históricos, que trocaram, quase todos , a cerveja pelo vinho.
O risoto ressecou, o pavê desmilinguiu, mas os copos, honrando a tradição, se mantiveram vazios e as conversas também.
Eu podia escrever horas sobre os prazeres do home entertainment e sobre como seis pessoas podem caber numa mesma cama, mas eles também têm blog.

As histórias e as fotos estão aqui e aqui. Ladrões!

Domingo, 15.45, Never never land

Flanar em volta de uma vida e de móveis que você jamais vai possuir é igualmente maravilhoso e revoltante.
Mas acima de tudo, educativo.

Ah, ainda dá para conferir o evento.

Todo dia, toda hora, em qualquer lugar

O disco novo da Vanessa da Matta não vai fazer a trilha sonora só dessa semana sui generis não.
O meu CD vai furar, eu sei.
Sei também que fui vítima de uma semi lavagem cerebral, especialidade desse moço aqui.
Mas voltando à vaca fria... por que alguém insiste em ouvir Maria Rita num mundo em que Vanessa existe, hein?

Friday, June 22, 2007

Joana no calçadão já!

Acho que tá meio óbvio que eu adoro Paraíso Tropical, né?
A ponto de revirar o You-tube atrás dos capítulos perdidos e especular em mesas de bar sobre os destino dos personagens como se eu estivesse falando da vida dos vizinhos.
Pois bem, não poderia deixar passar em branco uma grita geral entre os fãs da novela.
Não era uma trama sobre prostituição no Rio de Janeiro? Por que ninguém na história roda bolsinha?
Depois da saída do Marone-michê e da ascenção de Bebel, o Jader ficou quase totalmente sem função na trama.
Em que mundo ele usaria um tchuchuco como o Gagliasso só para levar
mostruário de puta para gringo? Até quem não é do ramo percebe a vocação nata do rapaz pro pecado, menos o cafetão.
Torçamos então para que Joana-desiludida-e-descapitalizada reaqueça o mercado dos programas em Copacabana, mesmo que numa linha low-profile , tipo Capitu.
Só sei que quero a putaria de volta.
Enquanto isso a gente aguarda Bebel mostrar sua catiguria no casamento da pobre da Camila.
Adoro capítulos assim, em que todo o elenco se encontra na mesma festa pelos motivos mais absurdos.
Mas isso é papo para outro post.

Thursday, June 21, 2007

Wednesday, June 20, 2007

Tuesday, June 19, 2007

Nós 100 X Eles deitando e rolando

-A guerra dos sexos é a única competição em que a escassez e a inferioridade numérica se convertem em vantagem.

Créditos.

Monday, June 18, 2007

Eu sou rebelde porque o mundo quis assim

Eu já tinha contado aqui de como a casa dos meus pais se transforma, nos fins-de-semana, em uma espécie de colônia de férias teen habitada por aposentados.
Minha tia tem um cunhado que ela quer casar de qualquer maneira e quase todo domingo tem amiguinha nova sendo apresentada aos maus modos do rapaz, que pela rapidez com que se apaixona, não deve se dar bem há séculos:

-Ei, vai coração aí?
-Ah, quero sim que essa morena já levou o meu embora.

Torcida em uníssono: ôueaoaoooooooooooo!

- Ele diz isso pra todas. Tá pensando que eu sou uma das tuas periguetes, é?

- Só porque eu quero te dar um beijo, morena?

- Esse é que é teu mal, amigo. Mulher não se pega, se conquista.

Fora a constatação de que a adolescência emocional pode realmente nunca passar, o que me deixa meio envergonhada também é ver como certas mulheres ainda conseguem manter a dignidade num quadro muito mais desesperador que o meu. Quantos homens disponíveis com mais de 65 no mercado? Acho que só mesmo o cunhado da minha tia!

Mas ela vai lá e esnoba porque não quer ser tratada como-uma-qualquer.

Admirável. Mas eu não tenho forças para tanto.

Prefiro gastar as parcas energias tecendo enredos do tipo oi-que-surpresa-você-por-aqui à Valerie Malone e dar uma forcinha pro destino.

Porque homem não se conquista, se enrola.

Friday, June 15, 2007

"Ai, que preguiiiiiiiiiiiiiça!"

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O feriadão da semana passada foi daqueles períodos frenéticos em que a gente, meio que por se obrigar a rever amigos saudosos, conta umas duzentas horas de mesa de bar.

O catching up me tirou de casa rigorosamente todas as noites mas os momentos-emo, cabe o adendo, não se restringiram às calçadas da Lapa.

Mesmo na longínqua Pau Grande ou aqui no boteco da esquina parece que foi todo mundo tomado por uma generalizada sensação de underachievement que leva a questionar em voz alta depois da terceira cerveja: "caramba... o que eu fiz da minha vida?"

Esse sentimento de vergonha e frustração assola gente de vinte e pouquinhos ou avançada nos quarenta, portadores de diploma de doutorado, mal saídos da faculdade, gente invariavelmente BOA né? Afinal é dos meus amigos que eu tô falando.

Essa vibe deprê tá em todo lugar. Todo mundo se achando perdedor. Nem no segundo grau, quando era esteticamente aceitável ser triste- e gótico!- eu presenciei tanta autocomiseração.

Como sempre, eu tenho uma teoria.

Em primeiro lugar, não é possível , num mundo em que tanta coisa acontece, que ninguém esteja realmente fazendo algo.

Em segundo lugar, não sei quantas metas inatingíveis a gente às vezes se impõe com o único objetivo de se auto-sabotar.

A obssesão pela relevância talvez seja o que leve tanta gente a perder a medida exata do seu próprio valor.

Já é difícil demais lembrar de pagar as contas, botar o lixo fora e calibrar os pneus. Se no final do dia você conseguir gozar e ser feliz, parabéns, mas lembre-se de fazê-lo por você mesmo e não para exibir sua alegria fake no álbum Orkut.

Por último, eu gostaria muito de saber que foi que determinou que "tudo na mesma" tenha necessariamente de ser uma resposta trágica ou embaraçosa.

Pensem que muita merda poderia estar acontecendo na sua vida exatamente agora. Você teria muito o que contar, sem dúvida.

Quanto à mim, desde que abracei uma postura mais horaciana diante do mundo, desisti de lutar contra certas adversidades.

Eu quero muito um homem que me ame e isso é o meu "to do" mais incômodo. Falta empenho? Critério? Cinismo? Sorte?

A única certeza é a de que eu estou cometendo algum ou muitos erros.

O que me leva a pensar em como, mesmo amando sapatos, tornar-me uma bem-sucedida designer de botas está completamente acima das minhas capacidades de desenhista, a despeito das minhas geniais idéias para a coleção Outono-Inverno 2008. Tudo muito claro...dentro da minha cabeça.

E se com o amor também for assim? Preciso, ainda por cima, me auto-flagelar?

Prefiro engolir a revolta e continuar a me relacionar com homens e calçados sem esgarçar, pelo excesso de esforço, as minhas limitadas potencialidades.

Thursday, June 14, 2007

Mitos em queda livre

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1) "O outono é sempre igual/ as folhas caem no quintal. "

2) Mais uma da série "Sôou tão engraçado dentro da minha cabeça..."

3) Enfim, " tudo o que você sempre quis saber sobre sexo mas tinha vergonha de procurar no Google."

Adianto que Daniel na cova dos leões jamais será a mesma para mim.

Wednesday, June 13, 2007

Aos órfãos de Ana Luísa

- Durante a recuperação do infarte e com a tentativa frustrada de fazer de Daniel seu herdeiro, Antenor Cavalcanti passará a repensar sua situação de vida e finalmente chegará a conclusão que precisa ter um filho.

A forma apaixonada como Lúcia o enfrentou em defesa de Mateus por ocasião do roubo do barco farão dela o modelo de melhor mãe que o empresário - que amoleceu mas que ainda cultiva a arrogância dos que sabem que podem pagar por qualquer coisa - pretende bancar para a sua prole.

Tá pintando proposta indecente no ar.

Adorooooo!

De volta à casa de bonecas

- Eu sempre defendi a tese de que balzaquianas experimentam, em vários níveis, uma volta à adolescência.

A gente não sabe mais o tamanho que veste e por isso mesmo apresenta constrangedores hematomas - que ninguém mais confunde - por todo o corpo que desconhece suas próprias constantemente mutáveis dimensões.

Fora achar que algum homem absurdamente inadequando tem potencial para ser o último. Aliás, só se acredita mesmo no amor aos treze ou aos trinta. Nunca antes, depois nem pelo meio.

Além de ter me envolvido , no último fim-de-semana, em jogos afetivos-sexuais que fariam bonita figura em Barrados no Baile, comecei ontem o processo de "instalação" de aparelho ortodôntico.

Em remotas eras, o sorriso metálico teria me caído bem. Ajudaria a compor o visual sério e respeitável que eu tanto almejava e que a minha bunda enorme impossibilitava.

Aliás, por que não volta ela, né?

Votos de plena felicidade

-Deu no Café Parador:

Sabe, eu imagino você e amiga E envelhecendo pegadeiras e trocando informações do tipo "Tem que fazer esse cruzeiro menina. No do último reveillón tinha cada gatinho. Peguei um tchutchuco de menos de 70 anos!"


Deu no Voice Mail:

Vai continuar me desprezando? Então eu vou te rogar uma praga: você vai casar aos 53 e com um homem de 65. Ah, e até lá o viagra vai cair em exigência e ter seu uso proibido por lei.

Deu no Antonio's:

Ah, se tu quisesse namorar tu namorava. Vai se fuder!

Tuesday, June 12, 2007

No creo en brujas, pero...

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Simpatias para quem está só

1) Abrir a porta da frente da casa para que Santo Antônio permita a entrada de alguém especial em sua vida, dizendo: “Santo Antônio, protetor dos enamorados, faça chegar até mim aquele que anda sozinho e que em minha companhia será feliz”.

2) Acender uma vela rosa, de qualquer tamanho, em um pires com mel e pedir ao Arcanjo Haniel a verdadeira realização afetiva.

3) Colocar um quartzo rosa dentro de um copo transparente, com água filtrada, e deixar no sereno, na véspera do dia de Santo Antônio, pedindo tudo que almeja para a realização afetiva - felicidade, respeito, harmonia, companheirismo, cumplicidade, afeto, dedicação, carinho, amor, compreensão, etc.No dia seguinte, passar água nos pulsos, para se articular sempre com equilíbrio; nos joelhos, para ter flexibilidade e respeitar o outro; no coração, para amar com sinceridade e que o amor seja pleno e digno.

4) No dia de Santo Antônio, olhe para o céu e escolha uma estrela . Fixe nela seu olhar e faça seu desejo com fervor.Abra os braços e agradeça ao Universo a chegada do amor.

Edição limitada: Simpatia para quem somente "fica" e quer formalizar o relacionamento
Retire 3 espinhos de uma rosa vermelha e coloque dentro do perfume que você usa e que a pessoa gosta. Peça para Santo Antônio remover os obstáculos “se for para a felicidade de ambos”. Use o perfume sempre que estiver com a pessoa.


Plus: Banho de Atração

Ferver em 1 litro de água:7 pétalas de rosa vermelha (símbolo da paixão); 7 gotas de óleo essencial de sândalo (afrodisíaco); 7 cravos da Índia (afrodisíaco); 7 pitadas de coentro (afrodisíaco). Coar e jogar do pescoço para baixo após o banho.

Como sabiamente disse um amigo meu, não é nada produtivo gastar crédito com santo para amarrar o pobretão do bairro só porque ele te rejeitou.

Use o precioso tempo que você tem até meia-noite para descobrir o nome completo de um homem bem bonito, rico e de bom coração.

O IMDB já me ajudou.

Você vai comer mosca?

Sunday, June 10, 2007

Gay pride

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Eu amo demais as minhas amigas.

Mas elas são todas, sem nenhuma exceção, em maior ou menor grau, umas desajustadas.

Mulheres que só pensam em trepar ou que se recusam a fazê-lo, mulheres que amam demais, que não amam ninguém, solteiras, casadas, cornas , adúlteras que vão de bitch a drama queen em dois segundos se uma unha quebrar ou o namorado não ligar.

Eu acho que eu fui mesmo, com o tempo e com a convivência, evoluindo para algum tipo de gênero híbrido que possa ser denominado mulher-viado, um ser premiado com a capacidade de compreender a beleza por trás do pragmatismo de ensinamentos do tipo "transa adiada é transa perdida."

O fato é que eu senti uma enorme solidão quando hoje, às cinco, quase todas as pessoas que dividiriam um almoço comigo assim tão tarde no domingo - sem medo de ganhar barriga- estavam saracoteando pela Paulista, curtindo a liberdade de uma vida sem frescura.

Mas eu amo as minhas amigas.

De verdade.

Ju-ro.

Pegação EMO

A curta-temporada-despedida de Loser Manos na Lapa trouxe à esquina do pecado - Mem de Sá com Lavradio - aquele repertório indie que eu não via desde os tempos da Casa da Matriz: flanelas xadrez, all star, óculos de aros grossos e mais a expressão grave e contrita que serve à argumentação de que o show "foi lindo, lindo!"

A gente quase começa a respeitar essa gente que se orgulha de usar o mesmo figurino passados tantos anos quando o casal passa lépido e fagueiro em direção ao mais próximo motel pé-sujo.

Palavras dele, em voz altíssima:

-Jura que você vai me dar mesmo? Ah..puxa, valeu, obrigado, não sei nem como te agradecer.

Wednesday, June 06, 2007

Resoluções de meio de ano

Sexo sóbrio

Quem tá fora do mercado talvez não conheça essa modinha.

O maluco chega no teu ouvido - invariavelmente no fim da noite- e anuncia que vai fazer e acontecer.

No auge da função o moço diz que tá muito bêbado e pergunta se não pode tirar a camisinha "só um pouquinho", tipow...pra se concentrar melhor.

Não se escandalizem. Aconteceu comigo e com quase todas as minhas amigas.
Aliás, trata-se de uma tendência generalizada.
O oráculo traz uma porção de histórias protagonizadas por palhaços-políticos, que insistem em prometer o que não têm condições de cumprir.

Downsizing

Eu já tinha falado nisso aqui.

A cada dia em que chego ao meu apartamento minúsculo penso que poderia guardar mais sapatos onde fica a mesa do meu computador se eu comprasse um notebook.

E poderia comprar um liquidificador se me livrasse do botijão de gás.

E até fazer uma festa de aniversário se cortasse relações com umas cento e cinqüenta pessoas.

Calar

A respeito da política de cotas nas universidades.
Ou diante de um post perfeito para quem se ufana de nosso herói Ferris.

Tuesday, June 05, 2007

Não estou dando nem vendendo, como o ditado diz

Mas o novo blog de cinema do Extra online promete ser diferente de tudo o que tem se visto por aí e agradar tanto uma radical-pop-corn como a Ana quanto quem , nas palavras dela, curte filme húngaro sem legenda.

É cinema sem lugar marcado, dizem Tatiana Contreiras e Leonardo Ferreira, os bonitinhos da foto acima.
Vai, filma eles.

Saturday, June 02, 2007

Tá falando comigo?

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Aluno teimoso: Teacher, "it's raining" significa "isto está chovendo", né?

Aluna muambeira: Professora, tem um vestidinho aqui que é a sua cara.

Aniversariantes da semana: A gente vai comemorar na sexta.

Tio septuagenário: Você não tá meio coroa para ainda ter esperança de casar, não?

Co-worker-careca-metido-a-pegador: Não faz mais isso. O cabelo é a principal arma de sedução da mulher.

Irmã grávida: Adoro me sentir assim... fertilizada.

Mãe: Tô ligando para avisar que que vou passar aí. Se tiver homem manda embora.

Amiga-aluna: Dá uma corrigida antes de eu mostrar pro meu professor.

Flanelinha: Dá pra sair.

Ginecologista: Tem sentido dor durante as relações?

Operadora de Telemarketing: A Oi tem uma oferta incrível para você.

Vizinha: Parou com a dieta?

Sérgio Chapelin: Galápagos como você nunca viu.

Ex-fuck-buddy-portador-de-seríssimas-dificuldades-de-leitura-e-interpretação: Você pensa sempre em mim? (Depois de eu ter escrito: "Essa música me vem à cabeça sempre que eu penso em você.")

Turma: Ah, professora...libera a gente aí.

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Não é possível.

Esse povo só pode estar me confundindo com outra pessoa.

Friday, June 01, 2007

Just remember: ninguém deixa Baby de lado...há vinte anos!

Eu poderia começar esse post-homenagem com alguma referência explícita do tipo:

O ano era 1987 - quando todo mundo me chamava de Déia - e não me ocorria me importar - e foi antes da morte do Cazuza, antes do aparecimento da Lambada, quando eu mal podia esperar para votar para presidente - e pensava que logo logo encontraria um cara muito mais legal do que o meu pai.

Mas não foi assim que aconteceu.

O filme só deve ter aparecido por aqui no ano seguinte e eu, menina de periferia, não tinha a menor condição de acompanhar lançamentos cinematográficos em tempo real e se eu não me engano eu só devo mesmo ter assistido Dirty Dancing em VHS já uns anos depois.

Mas nem por isso posso dizer que o impacto do filme na minha vida tenha sido menor. E não é só porque eu era uma adolescente em ebulição que tremia diante da visão de Patrick Swayze rebolando de camisa aberta, mas sim porque esse filme - infelizmente - contribuiu muito para minha (des) educação sentimental.

Fuck Dirty Dancing, I owe it all to you!

Não é de se estranhar que a história sem pé nem cabeça tenha sido escrita por uma mulher.

Só mesmo uma mente deturpada pode vislumbrar a possibilidade de sucesso no romance entre uma moça que quer mudar o mundo e um vagabundo que confessa se alimentar de jujubas.

E pôr na boca da pobre da Baby as frases mais bundonas já ditas em toda a história do cinema-para-mulherzinha.

Se um homem declara : "Eu não sou nada", o certo é apenas olhar para ele com cara de dó e não sair gritando "Você é tudo! Você é tudo!" para levantar o moral do cabra que, em noventa por cento dos casos é mesmo um nada se fingindo de humilde e prestes a enredar a moça em algum tipo de chantagem emocional.

Outra nota, Baby: o filho SEMPRE é dele. Sem-pre.

Mas bom mesmo é aquele diálogo na cama, quando Baby questiona Johnny acerca de seu passado womanizer. Ele alega que era impossível para um pobretão resistir ao assédio de mulheres ricas e cheirosas e Baby, toda compreensiva, comenta: "OK, eu entendo. Você apenas as usava", e ele rebate, mais uma vez posando de vítima: "Não...elas é que estavam me usando!"

Que coisa, não? Morri de pena dele. Shorey leeetrus!

E quando Johnny Castlle exige que Baby o assuma diante da família?

Ela dessa vez reage: "Medo? Claro que eu tenho medo. Do que eu vi, do que eu fiz. Mas acima de tudo eu tenho medo de atravessar essa porta e nunca mais me sentir, pelo resto da minha vida, do jeito que eu me sinto quando estou com você."

Um dia eu disse algo parecido para um cara. E ele terminou comigo na semana seguinte.

Com a senhorita Frances Housemann aconteceu exatamente o contrário.

Acho que foi exatamente aí que Johnny percebeu em Baby uma possibilidade de mudar de vida, já que ela ensinava tanto sobre o tipo de pessoa que queria ser. Uma grande parceira, sei...só eu sinto cheiro de golpe do baú?

Sim, porque antes dela ele é só um homem que dança - ????- , masca chicletes e se veste de preto.

Roupas pelo menos dois números abaixo do dele.

E que apertam aquele bumbum esculpido... ok, mas não era disso que eu tava falando.

A verdade é que maneira como esse filme foi se tornando, ao longo dos anos, objeto de culto e adoração só pode ser resultado de algum tipo de alucinação coletiva embalada por essa música aqui:



Confesso que assisto essa seqüência final pelo menos uma vez por mês - sim, durante aqueles dias em que me odeio - e não importa o quão idiota seja o caminho que me levou até ali, sempre me sinto mais feliz e crédula depois dela. I can't get enough of.

Acho que era com isso que os roteiristas contavam.

No fim das contas fico eu mesma esquecida de tudo o que escrevi pensando em como talvez a Baby, por ter se arriscado, dado aquele salto e tudo mais seja mais merecedora do amor do que eu, que já procurei por toda porta aberta....e nada de encontrar a verdade!

Tá, durante todo o mês dos namorados prometo acreditar que eles foram felizes para sempre.

So, I'll tell you something: this could be LOVE!