Friday, June 01, 2007

Just remember: ninguém deixa Baby de lado...há vinte anos!

Eu poderia começar esse post-homenagem com alguma referência explícita do tipo:

O ano era 1987 - quando todo mundo me chamava de Déia - e não me ocorria me importar - e foi antes da morte do Cazuza, antes do aparecimento da Lambada, quando eu mal podia esperar para votar para presidente - e pensava que logo logo encontraria um cara muito mais legal do que o meu pai.

Mas não foi assim que aconteceu.

O filme só deve ter aparecido por aqui no ano seguinte e eu, menina de periferia, não tinha a menor condição de acompanhar lançamentos cinematográficos em tempo real e se eu não me engano eu só devo mesmo ter assistido Dirty Dancing em VHS já uns anos depois.

Mas nem por isso posso dizer que o impacto do filme na minha vida tenha sido menor. E não é só porque eu era uma adolescente em ebulição que tremia diante da visão de Patrick Swayze rebolando de camisa aberta, mas sim porque esse filme - infelizmente - contribuiu muito para minha (des) educação sentimental.

Fuck Dirty Dancing, I owe it all to you!

Não é de se estranhar que a história sem pé nem cabeça tenha sido escrita por uma mulher.

Só mesmo uma mente deturpada pode vislumbrar a possibilidade de sucesso no romance entre uma moça que quer mudar o mundo e um vagabundo que confessa se alimentar de jujubas.

E pôr na boca da pobre da Baby as frases mais bundonas já ditas em toda a história do cinema-para-mulherzinha.

Se um homem declara : "Eu não sou nada", o certo é apenas olhar para ele com cara de dó e não sair gritando "Você é tudo! Você é tudo!" para levantar o moral do cabra que, em noventa por cento dos casos é mesmo um nada se fingindo de humilde e prestes a enredar a moça em algum tipo de chantagem emocional.

Outra nota, Baby: o filho SEMPRE é dele. Sem-pre.

Mas bom mesmo é aquele diálogo na cama, quando Baby questiona Johnny acerca de seu passado womanizer. Ele alega que era impossível para um pobretão resistir ao assédio de mulheres ricas e cheirosas e Baby, toda compreensiva, comenta: "OK, eu entendo. Você apenas as usava", e ele rebate, mais uma vez posando de vítima: "Não...elas é que estavam me usando!"

Que coisa, não? Morri de pena dele. Shorey leeetrus!

E quando Johnny Castlle exige que Baby o assuma diante da família?

Ela dessa vez reage: "Medo? Claro que eu tenho medo. Do que eu vi, do que eu fiz. Mas acima de tudo eu tenho medo de atravessar essa porta e nunca mais me sentir, pelo resto da minha vida, do jeito que eu me sinto quando estou com você."

Um dia eu disse algo parecido para um cara. E ele terminou comigo na semana seguinte.

Com a senhorita Frances Housemann aconteceu exatamente o contrário.

Acho que foi exatamente aí que Johnny percebeu em Baby uma possibilidade de mudar de vida, já que ela ensinava tanto sobre o tipo de pessoa que queria ser. Uma grande parceira, sei...só eu sinto cheiro de golpe do baú?

Sim, porque antes dela ele é só um homem que dança - ????- , masca chicletes e se veste de preto.

Roupas pelo menos dois números abaixo do dele.

E que apertam aquele bumbum esculpido... ok, mas não era disso que eu tava falando.

A verdade é que maneira como esse filme foi se tornando, ao longo dos anos, objeto de culto e adoração só pode ser resultado de algum tipo de alucinação coletiva embalada por essa música aqui:



Confesso que assisto essa seqüência final pelo menos uma vez por mês - sim, durante aqueles dias em que me odeio - e não importa o quão idiota seja o caminho que me levou até ali, sempre me sinto mais feliz e crédula depois dela. I can't get enough of.

Acho que era com isso que os roteiristas contavam.

No fim das contas fico eu mesma esquecida de tudo o que escrevi pensando em como talvez a Baby, por ter se arriscado, dado aquele salto e tudo mais seja mais merecedora do amor do que eu, que já procurei por toda porta aberta....e nada de encontrar a verdade!

Tá, durante todo o mês dos namorados prometo acreditar que eles foram felizes para sempre.

So, I'll tell you something: this could be LOVE!

23 comments:

fabiana said...

Ôba, primeirona a comentar!

Olha, honey, eu me amarro em Dirty Dance também. É precursor dos filmes mulherzinha, facto!

Quando eu assisti, eu não achava o Patrick Swaize isso tudo aí não [já conhecia o Keanu Reeves nessa época] e me apaixonei mesmo foi pela historinha besta e as dancinhas do filme. Cê sabe, essa coisa de se arrepiar com a sequência final de um filme só pq você adora a música.

Vida longa à Dirty Dance e às protagonistas sem sal que ficam com o cara gacto no final!

anouska said...

jura que é isso tudo aí? uai, eu sempre pensei que dirty dancing era só um filminho pra gente assistir na sessão da tarde. tô ficando velha. deveras.

Anonymous said...

Déia, eu AMO este filme! ViVi 2 vezes no cinema e assisti inúmeras vezes em vídeo. E AMO a música e a cena da dança final!

Vejo o filme e choro! Fico suspirando pelo amor dos dois.

Ah, menina , vc nem sabe o quanto eu sou romântica... romântica incurável!

E Viva Dirty Dancing!

beijos

anouska said...

humm, acho que não: eles se casaram; ele fez dois filhos nela. depois que ela barangou, ele arrumou uma amante. até hoje a pobre baby está tentando receber pensão na justiça.

*

*

mas eu adorei o filme assim mesmo. tanto que vi umas três vezes. =]

Olha...e se eu pudesse entrar na sua vida... said...

cara, nunca consegui ver isso tudo em dirty dancing! vou ter de ver de novo...

Anonymous said...

deixa de ser chata! esse filme é TUUUUUUUDOOOOOOOO e eu sei todas as falas de cor e salteado!

É o melhor roteiro de todos os tempos, e assisto pelo menos a cada dois meses...

Unknown said...

e agora uma opinião masculina!!!

morram de inveja, vi dirty dancing antes de estrear no cinema, pq as locadoras de leme tinham o maior esquema pirata pré-internet do mundo. e durante mais ou menos um ano minhas irmãs alugavam a fita toda semana. quando passou no cinema, a gente já tinha até enjoado. minha irmã tb tinha a fitinha k7 original com a trilha. a abertura com "be my baby" é antológica, a música do final dispensa comentários, "she's like the wind" é clássica e "hungry eyes" também é legal.

nota: ser irmão caçula e ter duas irmãs mais velhas pode te levar a trilhar o caminho da homossexualidade. mas todos esses filmes da dança não afetaram minha opção sexual, porque havia muito rambo, chuck norris e comando para matar pra balancear a equação.

assistindo DD com meus 10 anos de idade eu não entendia pq o patrick swayze trocava a dançarina loira gostosona pela irmã chata e nariguda do ferris bueller. o tempo passou e passei a me identificar com o lado loser lisa simpson da baby, mas nunca consegui me apaixonar por ela de fato. mas até aí a operária de flashdance também era feinha e o filme tb fez todo esse sucesso. donde conclui-se que, desde que a trilha seja boa, vc não precisa de protagonistas bonitas.

Andrea said...

Renato, a trila sonora realmente faz toda diferença nesse em em vários filmes.

Essa abertura com "Be my baby" era também o carro-chefe do trailer-relançamento de97.

Bom...a Baby tem mesmo esse lado underdog, mas o meu ponto é justamente ela ser tão melhor que o Johnny: mais rica, mais inteligente, mais jovem, centrada...e ainda assim se fazer de capacho mesmo antes de trocar um reles beijinho com ele.

Céus, como ele a tratava mal.

Ana...o roteiro é triste, mas a minha paixão pelo filme supera o mal-estar, sim.

Fabi, pára de blasfemar que Patrick é DI-VO!!

Patry, tinha 101% de certeza que vc gostava desse filme e dessa música.

Cris...ela não embarangou, apenas fez plástica no nariz e alisou s cabelos. Um belo dia JOhnny olhou para ela e pensou: "Essa não é a mulher com quem me casei" e a trocou...pela IRMÃ, de longe o pesonagem mais maneiro do filme...hohohoh

Andrea said...

Mari, vai ver on-tem!

Li no Papel Pop que está para estrear uma versão para o teatro no canadá...quem sabe não passa em Londres?

anouska said...

battle, você é má! [estou enganada ou não faço outra coisa hoje se não comentar esse post? ó céus, estou precisando de MUITA vida própria...]

Renata said...

hahahahaha, SÓ pode mesmo ter sido escrito por uma mulher... que não era aquela sua aluna de 14 anos, claro...

Anonymous said...

não pude deixar de comentar... esse filme tem uma continuação, e pasmem, DIEGO LUNA... se prestando a esse papel hehehe!! A história de sempre, e como todo filme comercial, quer se mostrar cultural! Passa-se em Havana, ná epoca da revolução cubana... mas não é aí que eu quero chegar, o que acontece é que, o segundo filme completa toda a sua linha de raciocínio! Johnny está lá, SOZINHO... dando aulas de dança! haaam... interessante!!

Andrea said...

Ludmilla, essa continuaçãome cheira a sacrilégio e por isso até hoje resisto.

Quer dizer que Johnny continua bailarino? Quem faz o papel? Armand Assante?

hohohoh

Fê Guimarães said...

Putz, coincidência do caralho! Vi essa continuação, Dirty Dancing: Hava Nights (podre!) ontem, no Cinemax! E não conseguia parar de pensar: Porra, como o Johnny, em 1959 (ano da Revolução Cubana) estava mais velho do que em 1963 (ano que que conheceu Frances Houseman em Catskills)? Só Agnaldo Silva pra explicar (vide o lapso temporal de "Senhora do Destino").

Mas, continuações sacrílegas a parte, eu ADORO Dirty Dancing! Assisti no cinema em 88 e tenho gravado em VHS (que também assisto periodicamente, claro) e nem faço questão de analisá-lo profundamente, para não quebrar o encanto.

Ainda prefiro morrer de tesão pelo corpitcho do Patrick Swayze, morrer de rir da irmã da Baby ensaiando aquele número de "Ula", torcer pelo romance quase impossível dos dois e vibrar, mas vibrar muito com cada coreografia do filme.

Detalhe: tenho dois long plays (!!!!) com a trilha sonora do filme. Um só com as músicas em inglês e outro com as "cucarachas".

Andrea said...

Fer, sobre a análise, como diria Kátiacega, "fiz tudo o que pude/ mas não deu..."

San Lee said...

Nunca vi esse filme... minha cultura cinematógráfica está em cheque!!!!!!

Anonymous said...

a imagem não apareceu. eu vi dirth dancing recentemente e não me atraiu. acho que tudo depende mesmo do momento certo. vi na hora errada, tarde demais. beijos, pedrita

Andrea said...

Peds, se eu visse hj talvez fosse diferente tb. Bjs

Wans said...

Ai gente, depois de Dirt Dancing, fiquei viciado em musicais. Confesso que vi o tosco Salsa milhares de X. Claro, sempre me colocando n lugar das meninas.
E por coincidência, a vilã de Dirty Dancing, tb era a de Salsa.

Anonymous said...

ok eu confesso...
tb era fã de DD e de Salsa, o ritmo quente! (o Rob foi minha paixao de adolescencia)

Anonymous said...

Eu amooooooooooooooooo esse filme, assisto pelo menos uma vez por mês, deliro com as danças, morro de vontade ser a sandy nesse filme.
A trilha sonora é maravilhosa, e assisto quase que diariamente a dança final...
OK confesso que sou viciada nesse filme.

fabiana said...

Me recuso a ver a continuação tb!

Luciane Bruno said...

Bem, eu tb sou dessas que uma vez ao mês, pelo menos, têm que colocar o DVD de DIRTY DANCING e ficar sonhando com um gato daqueles, que talvez nunca vira. Mas, o filme vicia mais que qualquer outra coisa e a trilha sonora é tudo de bom.
O Swayze é maravilhoso, deslumbrante...e na vida real ele é casado com a mesma mulher mais de 30 anos, vai dizer que isso não é amor de verdade?
e a continuação não é lá grande coisas. tudo bem que dizem que o primeiro é um romance "água com açúcar", mas é o melhor sem dúvida.
beijos