Thursday, January 25, 2007

Crônicas de amor do verão camuflado

Tudo muito estranho!

Dez dias nublados para cada dia azul e policiais militares protagonizando jogos sexuais sadomasoquistas diante de câmeras portadas por louras aguadas.

Se for por amor e mútua vontade até que tá valendo, mas eles deviam dar a mesma moral para musas locais, concordam?

Ninguém anda pela rua me mostrando fuzil ou me convidando para apalpar pistola.

Droga. Eu também quero brincar!!!!!

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Chove mas não pára de fazer calor e , numa batucada embaixo de telhado de metal, haja caipirinha para aguentar o tranco:

-Mais um gole disso aqui e esse gordinho que tá cantando vira gato.

-Para mim ele já é gato há horas...preciso parar, né?

(...)

Gringo well-built me mostrando o guardanapo onde eu pensava ter escrito meu telefone:

-Is that a four?

-Nope.

-But I'm gonna call you anyway.

Só pra constar: não há dígito quatro em nenhum dos meus números.

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Nova abordagem na noite carioca:

- Vocês duas são namoradas?

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Tô fazendo campanha para que queridíssima papa-goiaba-heart-broken dê uma segunda chance para um menininho todo lindo e legal que pagou a maior paixãozinha para ela na Lapa.

Ela diz que ele é muito novinho. Para casar, concordo. Pra entregar quentinha, não.

Quando é que todas as minhas amigas vão admitir que 20 anos não é mais idade para ser filho, mas sim para fazer filho?

Ah, eu não camuflo...

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Amiga D: (...) aí de repente ele parou de ligar. O que será que aconteceu?

Amiga B: Três teorias:1)Ele morreu e não te interessa mais; 2) Ele sofreu um acidente, teve o rosto desfigurado, ficou feio e com vergonha de aparecer. Não te interessa mais; 3) Ele simplesmente não está a fim de você e não te interessa mais.

Três sílabas para Amiga B: shi-do-shi!

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-Olha, você tá legal para dirigir para casa? Nos meus plantões no pronto-socorro eu tenho visto cada coisa...não é cantada não, sabe?

Não sei se é pior ser uma cantada e ficar claro que o moço não quer se dar ao trabalho nem de gastar latim ou se é mais triste que ele esteja mesmo meramente preocupado com a segurança de uma mulher com quem já trocou fluidos corporais.

Principalmente se essa mulher for eu.

Não posso me transformar em alguém que só inspira cuidados médicos.

So-cor-ro! Tô perdendo meu mojo?

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Já repararam como os garotos do exército assim jovens, fortinhos e de roupa camuflada às vezes parecem um bando de payboyzinhos da Zona Sul a caminho da Buatchy?

E vestidos no último grito da moda!

Não dá pra saber quem é quem. Não dá pra entender mais nada...

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Talvez as coisas nem estejam assim tão disfarçadas.

O problema é que a gente às vezes procura desesperadamente por uma criatura que não existe fora da nossa cabeça:

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No mais, ainda é melhor curtir uma praia só com mormaço do que passar a vida tentando descobrir onde o Sol se esconde...

(Conselho parcialmente inspirado em breve porém inestimável argumentação virtual contra o incansável Santo Mário.

Com o devido pudor pelo tom Martha Medeiros)

Wednesday, January 24, 2007

Receita especial para Canecuda em TPM

Junte Mensagem para você, Sintonia de Amor, Nunca te vi, sempre te amei e Em algum lugar do passado e acrescente à mistura um Keanu Reeves fazendo a linha Mr. Right maduro-porém-vulnerável e mais uma trilha sonora de derreter até coração de cangaceiro.

Não esqueça dos lencinhos e de ostentar a cara de trouxa típica de quem acredita que o amor verdadeiro é capaz de vencer todas as barreiras, inclusive aquele tão usual problema de timing geralmente exposto na antológica desculpa: "Você é ótima, mas o momento é péssimo. Quem sabe daqui a dois anos?"

Pena que mais uma vez ele não apareça pelado ou fazendo sexo.
Sa-co!

Com todo o respeito à minha fidelíssima amiga, que mantém um relacionamento estável e monogâmico com ele há anos, eu queria muito ver o Keanu estrelando um Brasileirinhas...

Tuesday, January 23, 2007

Jurei mentiras e sigo sozinha (season finale)

Com o BBB no ar, as indicações para o Oscar, os gatinhos camuflados guardando as ruas e o carnaval chegando, tem coisa mais importante acontecendo no mundo do que a egotrip umbigológica que tem se manifestado no meus recentes posts monotemáticos.

Acontece que o intuito do Pra que blog? sempre foi investir em conselhos de utilidade pública e eu não poderia me eximir da responsabilidade de contar minhas aventuras como turista ilegal pelo Mercosul.

Vem cá...eu sou a única pessoa do mundo que não usa a carteira de identidade para nada? Só eu mostro a habilitação em todas as situações? Só eu ouvi que a gente não precisa de passaporte para correr a América do Sul? Só eu fiquei presa em todas as barreiras migratórias quando tentava mudar de país?

Primeiro foi no Chuí: “ La verde! La verde! Para ella se acaba acá...” Mas o motorista impaciente topou me levar e assim eu entrei no Uruguai. Minha cara dura valeu mais do que meu sangue latino...


Depois, no buquebus, a funcionária disse que ninguém deveria ter me vendido passagem e muito menos despachado minha bagagem. Muito educada eu acho que ela gritou: “Se entrar na Argentina vai ser presa. Volta pro Chuí e resolve lá!”

A caminho dos bagageiros reparei que as pessoas estavam mostranto apenas o boarding pass para embarcar. Eu não desistiria assim tão facilmente. Eles que me prendessem!

Não pestanejei. Destaquei tranquilamente o papel não carimbado pela imigração, guardei e mostrei a passagem: “Donde estan los baños?”Do banheiro para um assento panorâmico não custou.
Pela manhã eu já via Buenos Aires e maquinava a desculpa para o desembarque : “fui roubada e quero indenização!”. Nada disso foi necessário diante do caos que se instala numa esteira que devolve a bagagem de mais de 1.500 pessoas!

Parti direto para o consulado brasileiro vestida de ar cansado e olhar suplicante: “ Meu namorado acabou de tomar um avião para o Rio levando a minha carteira...”

Um plus poder repetir “meu namorado” milhões de vezes.

Mesmo que a desculpa não tenha valido dias mais tarde no aeroporto, quando me fizeram pagar uma multa por circular pelo país sem autorização eu ganhei passaporte provisório que vencia com o bilhete de volta. E tive namorado por alguns minutos...

Pena, né? Tava amando a cidade e já tinha feito altos amigos entre os locais. Perguntei aos belíssimos recepcionistas ( bem target...) onde eles iriam se estivessem de visita. Fui parar num museu de futebol e descolei de cara vale-beijo e companhia para o bar.

Os argentinos dão medo, sabe? Diante de uma inocente parada em frente a uma vitrine qualquer maluco te olha e manda : “Vamos tomar um café?”. Como eu não sei o que esse café significa de verdade preferi continuar nadando em águas brasileiras. Mas especificamente, manauaras e pelotenses.

Contrastes? Nem tanto...Em comum, as despedidas sentimentais embaladas por promessas de reencontro assim que der, aqui, ali, ou acolá. Eu vou, você vem. Essas coisas que nunca acontecem mesmo. Mas na hora era verdade.


Apidêite: Depois do gaúcho e do amazonense eu conheci um sul-africano. De onde virá o próximo? De Marte? Será que preciso de visto de entrada pra lá ?

Aguardem a próxima temporada...

Friday, January 19, 2007

Caminando por la calle 3: VERGONHA!

Pense nas porcarias que a gente exporta...


e comece a sofrer!

Caminando por la calle 2: através do arco-íris

Tá, pode ser só minha dificuldade com o idioma:


Tive a chance também de realizar um grande sonho-biba. Entrei no vestiário do Boca, onde o Palermo toma banho pelado.












Talvez seja esse tipo de fantasia o que faz dele um jogador tão popular, ao contrário do coitado do meu primo:
Futebol? Hein?

Caminando por la calle

Abaixo do Paralelo 30 às vezes parace que o tempo parou:
No entanto não seja ingênuo ao ponto de acreditar que a vida, no verão, só acontece em Punta del Este. Se você não é freqüentador da Ilha de Caras pode se divertir em Montevidéu com Tango e batucada Candombe de graça e regados a inacreditáveis botillas de cerveja Patrícia-960 ml:


Em Buenos Aires todos vão te dizer que la ciudad es muerta, mas tenta só atravessar a rua numa dessas avenidas de dezesseis faixas:
Às vezes as calçadas são até gradeadas para impedir os mais afoitos:
Na dúvida, vá de subte:
Você encontrará com facilidade um nativo orgulhoso que te convença a ir à pé para não perder nada. E é bem provavel que essa pessoa te acompanhe com uma conversa deliciosa por algumas quadras. Ainda que o bilhete custe menos de meio real, é bem mais gostoso por cima...

E quem resiste a essas propostas feitas de forma invariavelmente afetuosa e gentil? Não dá pra acreditar que se trata da mesma horda que tumultua Camboriú no verão. Conheci muita gente legal:

Quase deu vontade de ficar para sempre:

Thursday, January 18, 2007

Breve exílio Farroupilha : TRIFANTÁSTICO!

Com gaúcho é assim: Não tem meio-termo. Água gelada para beber ou quente para a cuia. Brigam e se amam com a mesma intensidade. Foi gostoso encontrar um clima de rivalidade tão às claras em Porto Alegre. Só falavam nisso e até pintaram o meio-fio, ou como quer que eles chamem:

Uma cidade que corre mas sabe parar no fim dos enormes dias de verão para uma conversa fiada, uma Polar ou um chimarrão.
Na Redenção ou simplesmente aos pés do espetáculo que é o pôr-do-sol no Guaíba.

Não vi uma bichinha sequer em Pelotas, um destino turístico tristemente subestimado.

As ancestrais charqueadas, para quem não sabe, ainda estão intactas e abertas à visitação. A catedral e as avenidas largas contam o quanto aquela região já foi próspera. A riqueza dos estancieiros financiou calçadas decoradas e os detalhes arquitetônicos como o que se vêem no belíssimo prédio do Teatro Guarany, um dos mais antigos do Brasil. A cidade, com perdão do chavão, é um museu a céu aberto.













Ainda se conserva muita memorabília ( e mágoa!) da fracassada luta pela independência, como a estátua sem cabeça aí. Era comum que os invasores destruissem objetos de arte como forma de humilhar ainda mais os derrotados.

E tem a praia. Isso: PRAIA. A Lagoa dos Patos não lembra em nada a canequinha entre a Borges de Medeiros e a Epitácio Pessoa. É horizonte, calçadão e água a perder de vista. O vento chega a fazer medo. Imagina o tal do Minuano soprando no inverno...

São Miguel das Missões guarda , nas ruínas jesuíticas mais um tesouro histórico. Custa muito ,mesmo para a uma cética assumida como eu, ficar iminue à energia e à espiritualidade que este lugar emana:










Do Chuí eu não tenho fotos porque ninguém é doido de abrir uma câmera digital no meio do vuco-vuco do Mercadão de Madureira, né?

Mas a lição é: nenhuma mocinha carente pode mesmo deixar o Rio Grande do Sul sem experimetar pegada de gaúcho. Não interessa onde!

Wednesday, January 17, 2007

Goodbye yellow-brick road: post sinestético

Já tem uns dias que eu voltei e juntando as confusões com a Gol e com a imigração só agora me sinto realmente descansada já que o processo de reencontros e entrega de presentes faz com que a gente estique um pouco o "modo" viagem.

Se bem que tem uma hora que a gente quase se cansa de deixar a vida e a casa em suspenso. Principalmente alguém que, como eu, curte ainda lua-de-mel com o sonho de"um lar para chamar de meu".

O fato é que aquele energia homesick pinta ali pelos últimos dias da viagem e tudo o que se quer é voltar a dormir na própria cama.

Tal qual Dorothy, batemos com força os calcanhares e dizemos adeus ao Mundo Bizarro de Oz movidos por toda a convicção que a saudade de casa impõe.

Mas basta jogar as malas no chão e rever as fotos para que o sentimento inverso ( travelsickness?) jogue o astral um bocadinho para baixo.

É que algumas cores e sabores que eu nunca tinha visto e experimentado me deixarão eternamente incompleta:






















































Texto para ser sorvido ao som de música nativista ou Amor de ping-pong, de Bruno e Marrone.

Melhor ainda se o ambiente cheirar a erva-mate!